quinta-feira, 30 de maio de 2013

“Natureza e implicações da ´heterogeneidade estrutural’ na América Latina”

PINTO, Aníbal (1970) “Natureza e implicações da ´heterogeneidade estrutural’ na América Latina”. In: BIELSCHOWSKY, Ricardo. (org.) Cinquenta anos de pensamento na CEPAL. vol. II. Rio de Janeiro, Cofecon-Cepal; Record, 2000  pp. 569-588.

O grau de subdesenvolvimento depende da matéria prima exportada, do grau de autonomia do Estado e da presença da economia tradicional.

A substituição de importações era o caminho acreditado para o desenvolvimento das economias subdesenvolvidas, porém a poupança é gasta com bens de consumo duráveis que é consumido por uma classe pequena e desvirtua todo o caminho.

A heterogeneidade estrutural vai se multiplicando ao longo da industrialização. Um dos fatores que contribuem para isso é a distribuição de renda agravada pelo desemprego estrutural gerado pela inadequação tecnológica.

Outro fator é a divisão da sociedade em camadas. A mesma relação que distingue o centro da periferia pela produtividade marca as divisões internas entre centros industriais e periferias. O centro tende a concentrar os excedentes e os investimentos e sua produtividade maior também gera uma deterioração dos termos de troca internamente nessa economia. Neste cenário, a heterogeneidade estrutural distancia ainda mais o centro e a periferia internas; e os centros da periferia concentram os investimentos externos, canalizam as divisas e fazem investimentos desse mesmo centro; além de se aproximarem dos centros internacionais.

Porque o projeto de substituição de importações falhou?

- Primeiro porque a natureza da dependência econômica e tecnológica mudam e mudam rápido. A tecnologia fica obsoleta muito rápido e muda também as dependências financeiras e culturais também (por cultura entende-se o consumo);
- O segundo motivo se deve ao ritmo dos ciclos econômicos que impedem que os desenvolvimentos se tornem autossustentados principalmente porque ele é feito aos saltos; além do que não se tem todos os departamentos desenvolvidos.
- Grandes segmentos da população, da estrutura produtiva e do espaço econômico foram marginalizados, em caráter absoluto ou substancial, do avanço registrado no “polo moderno”;
- Essa diferenciação e marginalização daqueles não ligados ao polo moderno se acentua;


“Em suma, a capacidade de irradiação ou impulsionamento do ‘setor moderno’ revelou-se, para dizer o mínimo, muito menor do que a esperada. Assim sendo, mais do que um progresso para a ‘homogeneização’ da estrutura global, perfila-se um aprofundamento de sua heterogeneidade” (p. 575)

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