quinta-feira, 30 de maio de 2013

Aprendendo a pensar com a sociologia, cap 1

BAUMAN, Zygmunt; MAY, Tim. Aprendendo a pensar com a sociologia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, ed. 10, 2010. Cap 1.

I. Autores
Zygmunt Bauman (19 de nov de 1925)– sociólogo polonês que iniciou sua carreira na Universidade de Varsóvia. Mudou-se para o Canadá, Estados Unidos e Áustria antes de ir para a Grã-Bretanha onde se tornou professor da Universidade de Leeds em 1971, ficando por 20 anos. Atualmente é professor emérito de sociologia das universidades de Leeds e Varsóvia. Fonte: Wikipedia.
Tim May é professor de socionlogia da Universidade de Salford, Inglaterra. Fonte: livro.

II. Assunto do texto
A visão da sociologia sobre a liberdade dos indivíduos e o comportamento deles frente ao grupo.

III. Mensagem do texto
O autor descontroi os conceitos de liberdade e livre escolha que são geralmente disseminados na nossa sociedade. Bauman abre o capítulo um já expondo que os indivíduos entram em conflito consigo mesmos ao verificarem que precisam se conformar com expectativas alheias criando sentimentos positivos ou negativos referente ao resultado dessas experiências. Além disso o autor começa argumentar a favor de sua posição usando outros autores e conceitos já estabelecidos no meio da sociologia.
Um dos argumentos é o fato de a liberdade individual ser limitada pela escassez e pelos fatores materiais, ou seja, não há oportunidades para todos e não há recursos disponíveis para todos. Os exemplos que o autor usam são os vestibulares para dizes como algumas expectativas são frustradas por conta da escassez de vagas na universidade e os preços de imóveis e aluguéis para ilustrar como os fatores materiais podem interferir nos desejos e até na liberdade individuais, uma vez que nem todos têm direito para comprar imóveis.
Como uma conclusão simplória desse primeiro ponto é possível destacar a frase: “a liberdade de escolha não garante nossa liberdade de efetivamente atuar sobre essas escolhas nem assegura a liberdade de atingir os resultados desejados” (p. 36)
Quanto aos grupos, Bauman afirma que, apesar de a escolha de grupos parecer ser uma escolha livre, o indivíduo não tem a liberdade que pensa ter dentro de determinados grupos, uma vez que eles limitam a liberdade do indivíduo. Ou seja, as pessoas se comportam de acordo com os padrões pré-estabelecidos dentro daquele grupo. Quem se difere acaba sendo punido. É neste ponto, na página 38, que o autor usa do conceito de outro estudioso, Pierre Bourdieu, chamado “efeito dom Quixote”, que é a “disjunção entre nossa percepção de nós mesmos e os campos de ação nos quais nos encontramos”, ou seja, quando nossa percepção de nós mesmos e o que esperamos fazer nesse grupo não condiz com o que acontece na prática (há uma experiência pessoal sobre isso na parte diálogos).
Os grupos também influenciam na conquista dos nossos objetivos. Bauman e May listam três influencias. São elas referentes aos fins e objetivos e como agimos para conquistá-los, que são moldadas de acordo com as experiências e expectativas do grupo e não da pessoa; os meios percorridos pelo indivíduo também é influenciada pelo grupo; e por fim, os indivíduos devem aos grupos as suas conquistas, uma vez que esse grupo é o agrupamento de características comuns e a exclusão de diferenças.
Além de recorrer ao conceito elaborado por Bordieu, Bauman e May também consideram os estudos de George Herbert Mead, para quem o que os indivíduos são é totalmente determinado pela sua existência e convivência. Os autores explicam: “A linguagem não é apenas o meio pelo qual falamos, mas também aquele com o qual nos ouvimos e avaliamos nossas ações e falas de acordo com as respostas dos outros” (p. 41), ou seja, uma pessoa não consegue ser única no meio, sua linguagem e sua atitude depende dos outros e de suas respostas.


IV. Opinião do autor
O autor usa dos argumentos e exemplos listados acima para deixar de forma clara como os indivíduos estão fortemente ligados aos grupos e à sociedade. Parece ser impossível separar uma pessoa do grupo que ela vive e fica claro a importância de se considerar os grupos existentes na sociedade ao tentar considerar as particularidades do indivíduo. Além disso, e como já foi dito, o primeiro capítulo do livro serve para desconstruir a ideia de liberdade e de livre-arbítrio. Por mais que as pessoas pensem que fazem tudo o que podem e o que querem, elas são limitadas pelas características de algo maior, macro, que são os grupos e a sociedade.

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