BAUMAN, Zygmunt; MAY, Tim. Aprendendo a pensar com a sociologia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, ed.
10, 2010. Cap 1.
I. Autores
Zygmunt Bauman (19 de nov de 1925)– sociólogo polonês que
iniciou sua carreira na Universidade de Varsóvia. Mudou-se para o Canadá,
Estados Unidos e Áustria antes de ir para a Grã-Bretanha onde se tornou
professor da Universidade de Leeds em 1971, ficando por 20 anos. Atualmente é
professor emérito de sociologia das universidades de Leeds e Varsóvia. Fonte: Wikipedia.
Tim May é professor de socionlogia da Universidade de Salford, Inglaterra. Fonte: livro.
II.
Assunto do texto
A visão da sociologia sobre a liberdade dos
indivíduos e o comportamento deles frente ao grupo.
III. Mensagem
do texto
O autor descontroi os conceitos de liberdade e
livre escolha que são geralmente disseminados na nossa sociedade. Bauman abre o
capítulo um já expondo que os indivíduos entram em conflito consigo mesmos ao
verificarem que precisam se conformar com expectativas alheias criando
sentimentos positivos ou negativos referente ao resultado dessas experiências.
Além disso o autor começa argumentar a favor de sua posição usando outros
autores e conceitos já estabelecidos no meio da sociologia.
Um dos argumentos é o fato de a liberdade
individual ser limitada pela escassez e pelos fatores materiais, ou seja, não
há oportunidades para todos e não há recursos disponíveis para todos. Os
exemplos que o autor usam são os vestibulares para dizes como algumas
expectativas são frustradas por conta da escassez de vagas na universidade e os
preços de imóveis e aluguéis para ilustrar como os fatores materiais podem
interferir nos desejos e até na liberdade individuais, uma vez que nem todos
têm direito para comprar imóveis.
Como uma conclusão simplória desse primeiro
ponto é possível destacar a frase: “a liberdade de escolha não garante nossa
liberdade de efetivamente atuar sobre essas escolhas nem assegura a liberdade
de atingir os resultados desejados” (p. 36)
Quanto aos grupos, Bauman afirma que, apesar de
a escolha de grupos parecer ser uma escolha livre, o indivíduo não tem a liberdade
que pensa ter dentro de determinados grupos, uma vez que eles limitam a
liberdade do indivíduo. Ou seja, as pessoas se comportam de acordo com os
padrões pré-estabelecidos dentro daquele grupo. Quem se difere acaba sendo
punido. É neste ponto, na página 38, que o autor usa do conceito de outro
estudioso, Pierre Bourdieu, chamado “efeito dom Quixote”, que é a “disjunção
entre nossa percepção de nós mesmos e os campos de ação nos quais nos
encontramos”, ou seja, quando nossa percepção de nós mesmos e o que esperamos
fazer nesse grupo não condiz com o que acontece na prática (há uma experiência
pessoal sobre isso na parte diálogos).
Os grupos também influenciam na conquista dos
nossos objetivos. Bauman e May listam três influencias. São elas referentes aos
fins e objetivos e como agimos para conquistá-los, que são moldadas de acordo
com as experiências e expectativas do grupo e não da pessoa; os meios
percorridos pelo indivíduo também é influenciada pelo grupo; e por fim, os
indivíduos devem aos grupos as suas conquistas, uma vez que esse grupo é o
agrupamento de características comuns e a exclusão de diferenças.
Além de recorrer ao conceito elaborado por
Bordieu, Bauman e May também consideram os estudos de George Herbert Mead, para
quem o que os indivíduos são é totalmente determinado pela sua existência e
convivência. Os autores explicam: “A linguagem não é apenas o meio pelo qual
falamos, mas também aquele com o qual nos ouvimos e avaliamos nossas ações e
falas de acordo com as respostas dos outros” (p. 41), ou seja, uma pessoa não
consegue ser única no meio, sua linguagem e sua atitude depende dos outros e de
suas respostas.
IV. Opinião
do autor
O autor usa dos argumentos e exemplos listados
acima para deixar de forma clara como os indivíduos estão fortemente ligados
aos grupos e à sociedade. Parece ser impossível separar uma pessoa do grupo que
ela vive e fica claro a importância de se considerar os grupos existentes na
sociedade ao tentar considerar as particularidades do indivíduo. Além disso, e
como já foi dito, o primeiro capítulo do livro serve para desconstruir a ideia
de liberdade e de livre-arbítrio. Por mais que as pessoas pensem que fazem tudo
o que podem e o que querem, elas são limitadas pelas características de algo
maior, macro, que são os grupos e a sociedade.
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